Compartilhe

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Rastros de destruição

Queridos leitores,

durante a nossa caminhada por este mundo vamos vivendo nossas vidas preocupados com nós mesmos, com poucas excessões. Preocupados com as nossas necessidades e de sermos felizes. Conhecemos muitas pessoas, muitas ficam e fazem parte da nossa história, outras simplesmente passam e são esquecidas.

No entanto, despreparados para compreender o verdadeiro sentido da vida, vamos magoando e ferindo as pessoas, às vezes profundamente. Pensamos que fazemos a coisa certa, mas estamos causando todo o tipo de dano. Nos achamos com a razão, que estamos dentro dos nossos direitos e para isto não faltam motivos. Escondemos ou camuflamos os verdadeiros motivos que podem ser: teimosia; idealismo corrompido; autoafirmação, porque somos muito homem (macho) ou muito mulher (poderosa); porque culpamos alguém de sermos quem somos; pelas circunstâncias, e assim por diante.

Vamos deixando um rastro de destruição por onde passamos, cheios de falsas justificativas, subterfúgios.

Muitos de nós vive uma vida inteira e não percebe seus erros, seus enganos, dos danos que causou às outras pessoas. Alguns se dão conta somente quando estão em risco de morte, quando vem então a conhecida retrospectiva de vida. Outros tantos pensam que nem se importam, que estão acima destas coisas, mas o coração vai fechando, ficando apertado, o arrependimento, o choro e o perdão não liberados, sufocam as suas almas. O medo dos "fantasmas do passado" assombram boa parte destas pessoas que, simplesmente, não enfrentam as situações, fogem de tudo isto e buscam falsos refúgios, continuando a vida como dá, cheios de máculas na alma e no espirito, dizendo que está tudo bem.

Queridos amigos, o que tenho para lhes dizer, neste momento, é algo que o homem esquece, não somente por si próprio, mas por forças que desconhece. Quero dizer-lhes do AMOR. Claro que não o amor do homem, mas o amor que vem de Deus. O amor que transforma. O amor à Deus. O amor pelo próximo. Qual próximo? Próximo que verdadeiramente está bem próximo, na maioria das vezes. Se é próximo é porque está perto das nossas ações e atitudes. Como poderia ser o próximo alguém que está fora do meu alcance? Magoamos e ferimos membros da nossa própria família, muitas vezes o próprio pai, a mãe, os irmãos, filhos, tios, primos, e amigos bem próximos. Não raramente fazemos isto sem perceber, por puro desconhecimento da verdade ou mesmo ignorância dos fatos.
"Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." (1 João 4:8)
Se amamos, verdadeiramente, a Deus amamos também ao próximo, naturalmente, principalmente alguém que não seja da nossa família e quem não gostamos. Certamente até um desafeto. Amar quem nos ama é fácil, mas amar nossos inimigos e a quem nos humilha é outra história, não é mesmo?
"Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?" (Mateus 5:44-46)
Se amamos ao próximo jamais faremos algo para machucá-lo, ferí-lo, pois queremos que esteja e se sinta bem, que prospere, tenha uma boa vida e que tenha seus sonhos realizados. Porque não conseguimos fazer isto? Porque existem problemas. Porque não nos achegamos àquele que é Amor. Devido a isto e também impossibilitados, pela dureza dos nossos corações, não exercitamos o amor. No nosso viver diário pensamos haver coisas mais importantes à tratar. Achamos, algumas vezes, que o amor é algo cafona e até vergonhoso. Não nos achegamos a Deus porque dizemos que falar dEle é religião e religião não se discute. Assim nos afastamos de Deus. Quando nos falam de Deus logo pensamos numa igreja, num pastor que cobra dízimos e por aí vai e então caímos fora.
"E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas."(Mateus 22:37-40)
Pensamos que demonstrar sentimentos é errado (o mundo nos faz acreditar nisto), vergonhoso e constrangedor, como se não fossemos humanos, mas máquinas que nada sentem e executam uma série de ordens e comandos em lote. Simplesmente coisas programadas e frias. O mundo está criando uma geração de pessoas insensíveis que veem as maiores atrocidades e que nada sentem. Se o algo terrível não acontece com ela ou sua família, então está tudo bem, mas esquece que nos originamos do mesmo casal, no princípio dos tempos. Sobra muito pouco de nós para o amor.
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine." (1 Coríntios 13:1)
"E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria." (1 Coríntios 13:3)
"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece." (Coríntios 13:4)
É necessário que paremos a roda-viva das nossas vidas, reflitemos e que comecemos a exercitar o AMOR. Amor desinteressado, servil, bom, generoso, que quer o bem, que sente saudades, que chora quando o outro sofre, que ri quando o outro ri, de quem não se coloca em primeiro lugar, de quem arrisca a própria vida para salvar seus amigos, que tem prazer da companhia do seu próximo, de quem não faz comentários duvidosos das pessoas não presentes, o amor que não pode ser mensurado. Trata-se do amor exemplar de um pai que sacrificou a vida de seu filho primogênito por pessoas desobedientes e reconhecidamente más. A grandeza deste amor é essa que nos foi deixado pelo próprio Deus. O amor por amor.

É absolutamente necessária uma reflexão. Reconhecimento dos nossos erros. Sentimento da necessidade de colocar "a casa em ordem". Arrependimento genuíno e o devido pedido de perdão. Perdão primeiramente para Deus, pois é à Ele que magoamos e ferimos primeiro, ao fazermos isto ao próximo. 

Voltar ao passado não é possível, pois máquinas do tempo existem somente nos filmes de ficção. O efeito Woodward (efeito Mach), que trata dos buracos de minhoca (portais espaço-tempo),  é somente teoria. Não precisamos destas coisas. Podemos apagar estes rastros de destruição começando a nos achegar àquele que pode todas as coisas. Depende de nós mesmos, mas muito mais de Deus, pois dependemos dEle para que se faça a nossa renovação de mente e o renascimento, onde acaba o velho homem e suas mazelas e nasce uma nova pessoa altruista, amorosa, do bem, livre dos erros, livre do duro coração, destemida, ousada, mas acima de tudo de Deus, pois é somente através dele que conseguimos estas coisas e só assim nos tornamos melhores. O reencontro com o Pai nos faz melhores, dignos e verdadeiramente felizes.

É necessário o choro, é necessário pedir e liberar perdão, incondicionalmente, inclusive à nós mesmos. É necessário soltar as amarras que prendem o nosso coração. Livrar-nos dos sentimentos negativos que tentam nos destruir fazendo-nos viver uma vida miserável, sem paz e infeliz.
"E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lucas 11:11-13)
E quanto a sermos felizes? Podemos ser felizes, Deus se agrada disto, pois nos dá o Seu Espírito Santo. Daria-nos o Seu Espírito para que fossemos infelizes, amargos, miseráveis fisico-espirituais? Há pai que se alegre com a miserabilidade do filho? Somos felizes somente quando somos servis, bons, generosos e empáticos, entre outras coisas, que são consequẽncias de quem é de Deus e não coisas que são feitas para que sejamos aceitos por Deus. Não há o que possamos fazer para merecer a Graça do Senhor. Não há preço à pagar. O Senhor Jesus Cristo já pagou todo o preço. Preço caro, preço de sangue.
"Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas, e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite." (Isaías 55:)
Felizes não à qualquer custo ou às custas dos outros. Não podemos ser sangue-sugas que vivem e são felizes por sugar os outros, extraindo continuadamente seivas essenciais à vida, pensando somente em nós mesmos, nas nossas necessidades. Também semelhantemente a uma fruta, da qual tiramos todo o suco e depois jogamos o que sobrou fora, no lixo. O egocêntrismo é destrutivo. Somos felizes por fazermos os outros felizes. Somos felizes às custas de muito amor e dedicação à Deus e ao próximo; somos felizes pelo amor verdadeiro que vem de Deus, pois só Ele nos faz verdadeiramente felizes com o Seu verdadeiro ouro, que não é o ouro dos homens, material, mas espiritual.

Fiquemos todos na Paz, que excede todo o entendimento
do Nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré.

Nenhum comentário: