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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Um amor inesperado


"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." (1 Coríntios 2:14) 
O apóstolo Paulo não poderia ter explicado isto melhor. Nas coisas de Deus para as nossas vidas há mistérios que não temos condições de compreendermos a olhos naturais, mas precisam ser vistas com os olhos espirituais.

Por outro lado, Deus nos ensina as suas coisas espirituais, aproximando estas experiências espirituais das experiências materiais naturais, do que dispomos aqui no mundo material em que vivemos.

Na minha juventude, quando tinha uns 20 anos aproximadamente, no início da minha vida profissional, estava no meu trabalho, como auxiliar contábil, sentado numa cadeira junto a minha mesa de trabalho e de repente senti um abraço e um beijo no rosto vindos de trás. Fiquei surpreso, quando olhei vi que era uma moça que trabalhava no caixa da empresa. Era minha amiga. Eu nunca havia lhe olhado com intenções diferentes dessa. Tinha muito mais idade do que eu, mas ainda era solteira. Conversamos posteriormente sobre isto e ela falou-me que gostava de mim, mas que não podería namorar comigo porque eu não tinha condições financeiras. Disse-me  que tinha alguém em vista, que também gostava,  e que iria namorar e casar com esta pessoa já bem estabelecida economicamente. Hoje olhando aquela situação, independentemente do desfecho, que foi esse mesmo, acabou ali, vejo a mão e o cuidado do Senhor para com a minha vida, mesmo ainda eu não O conhecendo como hoje. Não havia, verdadeiramente, futuro naquele relacinamento. A moça precisava de segurança que eu não poderia oferecer, naquele meu início de vida. Eu demoraria um bom tempo para ter uma situação financeira estável, e ela sabia disto. Eu na minha total inexperiência, se ela permitisse, talvez tivessemos iniciado um relacionamento que tinha tudo para dar errado. Não olho para a atitude dela como algo interesseiro, deixando o verdadeiro amor de lado por causa da situação financeira desconfortável. Naquele momento, com a "luz" que tinhamos ela foi prática. Hoje, na verdade, vejo isto como um livramento de Deus para nós dois.

Quantos de nós não passaram por situação semelhante e nem percebemos que pode ter sido um grande livramento de Deus para as nossas vidas. Situações que nossa vontade desejava, mas que não se realizaram de maneiras que não entendemos.

Mas não lhes contei tal coisa simplesmente para que soubessem de uma pequena parte da história da minha existência, mas sim para falar-lhes deste "amor" que a moça sentia por mim, mas que eu nem desconfiava que existia. Eu a via, admirava-a porque parecia amável e competente, mas não me passava pela mente que ela, de alguma forma, me amava. Naquele momento eu certamente pensei, no que poderia ela achar de bonito em mim? O que poderia haver em mim que pudesse atrai-la? Mas havia. Ela achou algo em mim que eu desconhecia e me amou por isto. Lembra do início deste artigo quando escrevi que Deus tenta nos ensinar as suas coisas aproximando as experiências espirituais do seu reino com as coisas deste mundo para que possamos entende-las, mesmo a olhos naturais?

Neste exemplo real acima posso,  hoje, entender o amor de Deus. Deus nos conhece melhor do que nós mesmos. Não sei o porque do amor daquela moça. Também não entendemos completamente o amor de Deus. O Senhor sabe das nossas coisas antes mesmo que possamos pensá-las ou fazê-las. Quando penso que não sou amável, o Senhor me ama. Quando penso que não mereço, o Senhor me ama. Quando penso que muito pequei, o Senhor me ama. Quando me iro, o Senhor me ama. Ele simplesmente ama. Ama incondicionalmente. Não há o que eu possa fazer para desmerecer o Seu amor. Posso entristecer o Seu Santo Espírito com meu erros, com meus pecados, justamente por não conhecer o Seu amor. Por isso devo procurar andar na retidão e na verdade, porque o Senhor me ama e preciso ser grato por este amor incondicional do ser mais poderoso de toda a existência, nosso Pai Celestial. Como entender um amor de Pai que entregou o próprio filho para que eu, um estranho e pecador pudesser ser salvo. O Pai que independentemente de minha compreensão me ama, me cuida e me supre em tudo.

A bíblia e a teologia nos ensinam que somos separados por Deus desde antes do início dos tempos e que Ele nos amou sempre. Não como o amor daquela moça em que haviam condições. Mesmo para aqueles que conhecem a Deus, Seu amor é algo surpreendente, misterioso e até incompreensível. Diferentemente da moça,  Deus que é fiél, jamais nos deixará por causa que não estamos numa boa situação financeira, como aconteceu comigo. Pelo contrário, é principalmente nestas horas que Ele mais nos sustenta e "marca presença". É nestas horas que Ele demonstra ainda mais o seu amor. É nestas horas que Ele, sabendo de tudo o que acontece na linha do tempo da nossa existência está tranquilo e nos apoia, pois sabe dos planos que tem para as nossas vidas, coisas que não conseguimos enxergar com nossos olhos naturais. É nestas horas que Ele nos sustenta e nos consola, não como um ombro para chorar, mas para nos levantar para que possamos receber todas as bençãos que Ele tem preparado para cada um de nós.

Nosso Deus é assim. Quem O conhece sabe que não é Deus representado por alguma imagem escondida num canto secreto da casa. Não é Deus de quem ouvimos falar e que dizem que criou todas as coisas. Trata-se do Deus Vivo, Deus de amor, Soberano, Onipotente, Onipresente e Onisciente que se contrapõe a todo pecado, maldade, desamor e religiosidade, pois acima de tudo é o único bom e Santo.
"Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 8:39)

Fiquemos todos na Paz, que excede todo o entendimento, 
do Nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré.