Compartilhe

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Pelas testemunhas?



Estava chegando ao meu escritório com uma tarefa em mãos. Tarefa que consistia em passar um questionário àqueles à quem eu havia trabalhado nas suas causas. Fui fazendo o que me havia sido proposto pelo juiz. As pessoas, vez ou outra, ao responder, me olhavam diferentemente do normal, mas seguiam respondendo as questões. Depois do trabalho feito, novamente no meu escritório, fui falar com alguém sobre isto. A pessoa me olhou com um olhar surpreso, mas manso. Fez-me então, uma pergunta, quase uma afirmação, dizendo: "Você não leu as questões, não é mesmo?" Meio sem graça, respondi que não, pensando comigo mesmo, "que fora!". Que advogado dá um questionário para seus clientes responder, sem que tenha lido. Não pensei em ler, mas somente em executar o que me fora pedido, com diligência. A pessoa então me disse: "Leia.". Peguei então o questionário e vi que todas as perguntas diziam respeito a mim próprio. Não sei quais eram exatamente as questões e nem as respostas dadas, porque acordei. Acordei com o sentimento de que as pessoas haviam respondido o questionário favoravelmente às minhas ações e à minha pessoa. Não sou advogado e certamente jamais serei. 

Era um sonho. Quando acordei havia o sentimento de que meu dever havia sido cumprido, que aquelas pessoas haviam testemunhado a meu favor. Sentia-me muito bem. Quando acordei e abri os olhos, ao compartilhar o sonho com minha esposa disse-lhe, acho que é algo de Deus, mas logo remendei dizendo, com certeza é algo de Deus. Logo entendi que era alguma coisa que o Senhor queria me revelar. Acredito que tenha conseguido descortinar a mensagem por trás deste sonho. 

Embora os que creem, verdadeiramente, em Jesus Cristo de Nazaré não passem pelo julgamento, nossas obras serão mensuradas não por um ato ditatorial de Deus. Ele simplesmente já terá passado o questionário, que foi entregue por ninguém menos do que nós mesmos, à todos os que passaram pelas nossas vidas. No momento da entrega do questionário não sabemos que é a nosso respeito, mas as pessoas o respondem. Entendi que é pelo testemunho deles, testemunho verdadeiro, que receberemos o nosso galardão. É pelo testemunho do nosso próximo que a justiça se fará, embora Deus tenha ciência de todas as coisas e possa julgar soberanamente. 

Nesta interpretação do sonho, se este tipo de procedimento se estenderia aos que não creem em Jesus Cristo e em Deus, na hora do julgamento, somente Ele saberia ao certo. Porque, neste caso, não haveria nenhuma garantia de que quem estivesse sendo julgado pudesse ainda ser salvo, mesmo com as testemunhas a seu favor. Talvez, neste momento, somente fosse definida a pena, mas este é um outro e complexo assunto. 

Independentemente do conceito da graça imerecida, talvez em algum ponto da nossa história as testemunhas serão chamadas para depor. Quais serão nossas obras, quais foram nossas atitudes para com o próximo?

Para compreensão dos escritos acima, é necessário que entendamos que não somos salvos por fazer boas obras, mas fazemos as boas obras porque somos salvos. Ser salvo acontece, inevitavelmente, por intermédio de Jesus Cristo de Nazaré. Se somos filhos de Deus fazemos as boas obras, porque Ele nos deu o exemplo. Uma árvore se conhece pelos frutos. Boa árvore, bons frutos. Má árvore, maus frutos. Macieira dá maçãs, laranjeiras, laranjas. Pode um limoeiro dar melancias? A nossa colheita depende do que semeamos.

Eis a importância das nossas obras aqui onde estamos. Isto faz com que reavaliemos nossas atitudes e ações para com o próximo, enquanto ainda há luz, ou seja enquanto ainda há tempo.
"Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada." (Mateus 18:16)
"Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá." (Deuteronômio 17:6)
Fiquemos todos na Paz, que excede todo o entendimento, 
do Nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré.

Nenhum comentário: