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terça-feira, 13 de agosto de 2019

A ira de Deus

Queridos leitores.
O trecho bíblico que me referirei está em Lucas 23:34.
"E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes."
Gostaria de interpretar este trecho bíblico com vocês para chegarmos ao cerne desta mensagem.

Jesus encontrava-se numa situação terrível, estava no Gólgota (caveira), sendo crucificado, sofrendo dores excruciantes, asfixia, pois para respirar precisa firmar os pés no apoio, que não era para ajudar, mas sim para causar mais dor e prolongar a agonia, pois quando fazia isto, as dores eram lancinantes, com espasmos, uma luta pela vida. Teve suas vestes repartidas, provavelmente entre quatro soldados romanos, seus executores, pois este era o costume e direito deles. Sortearam suas túnicas externas e demais partes da vestimenta, como sandálias, etc., evidenciando a desgraça em que o condenado se encontrava. Zombavam dele, romanos e judeus, inclusive do sistema religioso, dizendo que ele salvara os outros, mas não à ele próprio, pois se fosse verdadeiramente Deus, o faria. Estava sofrendo a mais profunda humilhação e execração pública, pois a cruz era uma punição para os piores, mas ele era inocente.  Jesus estava morrendo, próximo do fim estava sua vida, antes da ressurreição. Jesus foi crucificado pelo sistema religioso vigente, o judaísmo, o qual ele contestava por causa da hipocrisia. Foi considerado pelos religiosos como impostor e causador de problemas. Uma situação terrível e uma dor inimaginável sofreu Jesus. Mas mesmo em meio de todo este sofrimento e de toda esta situação de infortúnio, Jesus diz: "...Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...". Em quase todas as situações de análise deste texto, vemos como mensagem principal o pedido de perdão de Jesus para seus executores e zombadores. Seu grande e voluntarioso altruísmo, sem precedentes conhecidos. No entanto quero me ater noutra visão deste texto. Jesus pede ao Pai para perdoar-lhes. Mas porque faria isto sabendo que havia um plano e que aqueles homens somente estavam cumprindo o que já estava definido pelo próprio Deus? Eram somente instrumentos do infortúnio de Jesus, assim como foi Judas na sua traição. A resposta é clara! Cada um responderá pelas suas ações, pelo seu livre arbítrio, independente dos planos de Deus, pois poderiam ter rejeitado o mal, mas não o fizeram! Optaram pelo mal, por zombar, machucar, matar e trair. Mas ainda esta não é a questão que quero salientar. Quero trazer em tela a ira do Senhor, Deus Pai. Jesus, mesmo rumo a morte,  intercedeu pelos seus executores e malfeitores, pois sabia da ira do Pai, que poderia facilmente destruí-los. Deus Pai poderia mandar descer fogo do céu e devorá-los, mesmo eles sendo cumpridores e instrumentos do que já fora escrito. Fogo como o que Elias fez descer dos céus para devorar os soldados. Ou o Pai poderia mandar seus anjos, ou mesmo a peste e a morte imediata consumindo à todos naquele local, semelhantemente ao que aconteceu depois que o povo hebreu adorou o bezerro de ouro no deserto, enquanto Moisés estava no monte falando com Deus.  Se não fosse a intercessão de Arão, o povo teria sucumbido. Sim, podemos pensar que se não fosse o pedido de Jesus, aquele povo teria sido consumido, embora fosse o plano de Deus aqueles acontecimentos. Aqueles executores eram gentios. Os judeus eram manipulados pelos fariseus, a classe religiosa. Não havia ainda a graça. Jesus não falava certamente de perdão para a salvação das almas, mas sim da eminente destruição a que estavam expostos pela ira de Deus por tudo que seu filho estava sofrendo. Sofrimento do próprio Deus. Somente as coisas de Deus podem ser assim explicadas, puros paradoxos. Trazendo para os dias atuais, todo este acontecimento com Jesus Cristo, temos a percepção da ira de Deus, pois ele é amor, mas também é justiça. Além da lei da semeadura que diz que colhe-se o que se planta, todos nós responderemos por nossas ações, por nosso livre arbítrio. Podemos escolher sermos bons, fazer boas escolhas rejeitando o mal, ou podemos escolher o mal e sofrer as consequências. Jesus é intercessor daqueles que creem nele, que nele depositam sua confiança, que clamam por Ele. Há possibilidade de se clamar por alguém em quem não se acredita que possa resolver o problema ou a aflição? Creio que não! O que temos que saber é que os frutos de nossas ações virão cedo ou tarde, mas certamente virão! A mão de Deus é pesada para aqueles em que há sangue inocente nas suas mãos e não falo somente de assassinatos. O Senhor é o único Deus e os que creem nele, seus filhos, que o servem, são seus pequeninos amados, que escolheram o Bom Caminho que é Jesus. Um pai amoroso porventura dará pedra a um filho que lhe pede pão? Quanto mais o Pai fará justiça e vingança contra aqueles que se voltarem contra os seus. Tudo o que fizerem contra os do Senhor se voltará contra eles próprios. Talvez fosse melhor nem terem nascido, como dizem as escrituras. No entanto o Senhor ouve as intercessões, como ouviu o pedido de perdão de Jesus para seus executores. Se o Espírito de Deus, o Espírito de Jesus Cristo, que disse ser e é o Grande EU SOU, mora naqueles que nele creem, é obvio que seus sacerdotes (quem nele crê e segue seus mandamentos), podem interceder, como fez Jesus Cristo. Aqueles homens que o matavam não mereciam a misericórdia, segundo o entendimento humano, pois estavam assassinando o inocente filho de Deus, mas Jesus, a própria vítima da execução intercedeu por eles, pediu que o Pai os perdoasse por causa da extrema ignorância daqueles. Deus é tão maravilhoso que sempre dá uma saída, mesmo que ninguém mereça, pois só Ele é bom. Tenhamos todas estas coisas em mente e que vivamos uma vida na fé em Deus, na verdade e na justiça, sabendo que escolher o "Bom Caminho" é absolutamente necessário! Não esqueçamos que para aqueles a quem muito é dado, mais será exigido! Temer a Deus é também absolutamente necessário!

Fiquemos todos na Paz, que excede todo o entendimento, 
do Nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré.

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