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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Escolhi à Deus ou Deus me escolheu? Participei disto ou Deus agiu soberanamente? O que pensar?

Queridos leitores,

É interessante pensar no que agora expresso abaixo, a respeito deste assunto. Obviamente, vou escrever baseado nas minhas próprias experiências e constatações pessoais. Não sei se isso vale, acontece ou possa acontecer para todas as pessoas, mas escreverei o que aconteceu comigo.

Sempre tive muita fé em Deus, no entanto só conhecia o que minha mãe me ensinara e no que raramente ouvia nas missas, nas poucas vezes que frequentei a Igreja Católica Romana. Minha mãe me ensinou a "rezar" todo o dia à noite antes de dormir. Eu iniciava a "reza" com Pai Nosso, Ave Maria. No meio sempre inventava alguma coisa a mais, pedidos pessoais e fechava com Ave Maria e Pai Nosso, pedindo proteção e uma boa noite de sono para todos da casa.

Irmão mais novo, numa casa de onze irmãos, mais uma filha adotiva, uma sobrinha criada como filha pelos meus pais. Cresci um tanto paparicado, principalmente pelo meu pai. Meus irmãos também me cuidavam muito, em decorrência do meu pai ter toda aquela preocupação comigo. Não creio que era filho preferido, pois acredito que não se tratava disto, mas sim um cuidado especial por ser o caçula. Isto, há algum tempo atrás, era muito comum nas famílias. Existia o amor, o cuidado e a preocupação dos meus pais para com todos os filhos. Meus pais foram heróis ao criar 12 filhos (seis homens e seis mulheres). Não foi fácil para eles. Imagino do que tiveram que abrir mão para criar essa turma toda, mesmo que nem dessem por conta disto.

Hoje, sabemos que Deus está no controle de tudo. Por isso, penso que fui poupado de muitas coisas, pelo cuidado dos meus pais na minha criação, dentro daquilo que eles podiam oferecer e do conhecimento que possuiam. Se fui o caçula, se tive a família que tive, se fui amado e se amei e amo todos os meus irmãos e pais e se estou onde estou, singelamente, hoje, é porque esta é a vontade ou permissão de Deus. Quando entendemos que não cai uma folha de árvore sem que Deus permita, o que dizer do controle de Deus sobre as nossas vidas?

Não sei se escolhi Deus naqueles meus tempos onde a falta de entendimento do Deus vivo reinava em mim e na minha família. Ao escrever isto, eu estava por escrever que não havia escolhido Deus, naquele tempo. Iria dizer que Deus é quem me escolheu, mas talvez eu o tenha escolhido, mesmo sem saber disto, quando fiz minhas orações, com fé, para aquele Deus quase desconhecido, que eu pensava estar longe, lá no céu. Veja o que diz este trecho bíblico:
"Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve." (João 9:31)
A teologia nos diz que fomos escolhidos por Deus desde antes do início dos tempos. Os reformados dizem que é somente Deus quem nos escolhe, soberanamente, mas os arminianos dizem que o homem tem sua parte nisto. Monergismo e sinergismo.

Destas coisas só Deus conhece. Mas porque escrevo sobre isto?

Porque preciso dizer que Deus nos cuida, mesmo que não reconheçamos isto. Por isto me considero uma pessoa muito feliz, cuidada por Deus desde o início da minha vida. Vejo que Deus esteve sempre no controle da minha vida, me cuidando para que hoje eu pudesse ser, simplesmente, como sou e estar realizando a obra para Ele, conforme a Sua vontade. Se faço a obra de Deus é porque sou salvo e não ao contrário. 

Todas as pessoas que passaram pela minha vida, colaboraram para que eu chegasse ao entendimento que hoje tenho de Deus, das suas coisas e à realização da Sua obra. São pessoas abençoadas que cumpriram sua missão cabalmente, possuem a graça de Deus e que fizeram a sua vontade, mesmo sem saber. A importância disto tudo não está em mim e do que eu faço, mas na vida de todos que fizeram e ainda fazem parte da minha vida, em Deus e na Sua vontade. Não fui e não sou o centro de atenção alguma e nem quero ser. Para a mensagem do evangelho de Jesus Cristo é que devem estar voltadas todas as atenções.
"Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus." (2 Coríntios 4:5)
Meu trabalho para a obra do Senhor é pequeno, mas foi Ele que me designou para isto, então embora para mim seja pequeno, certamente para Deus é grande e importante. 

É muito bom que eu sempre considere o que faço para Deus como uma pequena obra, pois assim não vem o sentimento de ser reconhecido pelos homens e de vanglória, pelo trabalho que eu e minha esposa realizamos. Só há um a ser honrado, a saber nosso Deus. Jesus disse que só há um bom, que é o nosso Deus (Lucas 18:19). Foi Ele que fez todas as coisas na minha vida e me levantou para realizar o que tão pequenamente e modestamente eu e minha esposa realizamos em Seu nome. Como poderiamos cobrar ou nos vangloriar disto? Foi Ele que investiu na minha vida, me cuidou, me guardou, me livrou dos males e me salvou para que eu fizesse o que é de Sua vontade. Mesmo que eu pereça hoje, os planos de Deus para minha vida não foram frustrados e se for de Sua vontade eu e minha esposa continuaremos à executá-los, certamente com muitas novidades e assim profetizo.

Creio que o que recebemos de Deus, de graça, devemos dar de graça. Jamais devemos cobrar ou nos vangloriar de qualquer coisa que façamos para Deus. Isto é para o nosso próprio bem, pois as escrituras dizem que o nosso galardão é no céu e não na terra.
"E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão." (Mateus 6:5)
Creio que devemos investir na obra do Senhor com nosso tempo e nossos recursos. Não devemos ganhar dinheiro com as coisas do Senhor. As coisas do mundo atraem as coisas do mundo. O querer ser reconhecido e a obtenção de vantagens financeiras (cobiça) com as coisas de Deus é inaceitável, sob qualquer pretexto. Há uma grande luta do homem contra estas coisas. Muitos caem. As escrituras dizem que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males e o reconhecimento a perda do nosso galardão no céu.
"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." (1 Timóteo 6:10)
"Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão." (Mateus 6:2)
Se não fizermos as obras do Senhor, pregando o seu verdadeiro evangelho, qual seria a nossa serventia? Viver neste mundo por viver, fazendo o que todos fazem? Nascendo, crescendo, estudando, se formando, casando, tendo filhos, comprando uma casa, um carro, uma TV de tela grande, mudando de cidade, conseguindo um novo emprego, cobiçando coisas e dinheiro? Serão só estas coisas o sentido da nossa vida, nossa missão? Egocentrismo puro.

Será que não vale a pena uma reflexão? Deus nos escolheu soberanamente, ou devemos nos posicionar e escolher à Deus? Ou será que Deus nos escolheu, mas nós ainda não sabemos disto? Ou será que ainda não é o nosso tempo? Será que temos tantas outras coisas importantes à fazer, antes de nos achegarmos à Deus? Procuramos à Deus somente quando estamos numa má situação, fazendo assim dEle, nosso servo ou somos nós quem devemos servi-lO? Pense nisto. 

Se você está lendo este artigo, chegou até aqui, talvez esta seja a hora certa de você se firmar em Deus, aceitar a Sua salvação ou mudar seu posicionamento em relação às coisas dEle. Reflita sobre isto, mas principalmente reflita na sua vida, como Deus investiu em você, lhe cuidou e lhe guardou para Ele, assim como fez comigo. Você vai ignorar isto? Você vai cobrar por isto? Faça uma retrospectiva e você verá Deus na sua vida, como você nunca viu. Peço à Deus que se revele de forma sobrenatural à você, que está lendo este texto.

Fiquemos todos na Paz, que excede todo o entendimento,
do Nosso senhor Jesus Cristo de Nazaré.

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