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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Juízo e Condenação

Queridos leitores, 

Jesus disse que não veio para revogar a Lei, mas sim para cumpri-la integralmente, Mateus 5:17. No entanto vemos Jesus curando no sábado, evitando o apedrejamento de uma mulher adúltera, não condenando uma mulher que já havia tido cinco maridos e estava vivendo irregularmente com um outro homem, além de outros episódios bíblicos. O que aconteceu afinal? Jesus não cumpriu a Lei? Para os fariseus e mestres da Lei, com toda certeza, pois afirmavam isso. Diziam que Jesus dava pouca importância para a Lei.
"E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio. E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." (João 8:3-11)
No texto acima descrito, Jesus nos ensinou grandes lições. Primeiramente vejam que quem estava entregando a mulher adultera para a punição fatal eram os próprios fariseus e mestres da lei. Eram aquelas pessoas religiosas, que impunham um fardo pesado às pessoas, fardo que eles mesmos não conseguiam carregar. Eles não viviam o que pregavam. Neste caso não se tratava de uma prostituta, mas de uma mulher que foi pega no ato de adultério. O que mais impressiona é que os fariseus e mestres da lei condenavam a prostituição e as prostitutas, as odiavam e as rejeitavam, no entanto utilizavam-se de seus serviços as escondidas, caindo em adultério. A lei expressa era de que a mulher adultera fosse apedrejada até a morte, mas o que fez Jesus? Desobedeceu a Lei? Não, de forma alguma. O homem julga e condena facilmente, mas o que acontece quando ele está no lugar daquele que está sendo julgado? Obviamente usa de todos os recursos e justificativas para não ser condenado. Pimenta nos olhos dos outros é doce, como diziam os nossos pais. Jesus, escrevia com o dedo, na areia e endireitando-se, disse-lhes que quem dentre eles não tivesse pecado algum que atirasse a primeira pedra. Nesta hora vem a curiosidade. O que Jesus estava escrevendo no chão? Nunca saberemos ao certo, mas eu creio firmemente que Ele estava escrevendo os pecados daquele povo que estava por apedrejar aquela mulher, ou escrevia o nome daqueles com quem aquelas pessoas que ali estavam, adulteraram. Seria impossível que eles não estivessem vendo e lendo o que Jesus escrevia. Vejam que começaram a sair daquele lugar começando pelos mais velhos e assim até todos saírem, ficando somente Jesus e a mulher.
Jesus perdoou maravilhosamente a mulher pecadora. Não a julgou nem a condenou, assim como fez com a Samaritana no poço de Jacó (escreverei o próximo artigo sobre a mulher Samaritana), contrariamente ao que fizeram os homens.

É necessário que saibamos que toda a lei dada ao povo de Israel, por Deus, através de Moisés, foi um tutor, um aio, até o tempo da chegada daquele que haveria de vir, a saber, Jesus Cristo de Nazaré. Os propósitos e os pensamentos de Deus são tão mais altos do que os nossos, que Jesus Cristo, Deus Filho, não aboliu a lei, cumpriu-a cabalmente e perfeitamente por nós (o que muitos não entendem), como jamais conseguiríamos fazer. Entretanto Ele também não nos deixou a revelia, nos nossos desejos e vontades, pois Ele nos conhece no mais profundo do nosso ser. Enviou-nos assim o seu Espírito Santo, que nos constrange e impede de cometermos pecado. É como se Jesus dissesse: "Sou Eu que vos santifico", João 17:17. Isso tem muita lógica, pois sabemos que por nós mesmos não podemos viver em amor, verdade, justiça e retidão. Só Deus pode fazer isso em nós, através do Seu Espírito Santo. Somos moldados pelo Espírito Santo de Deus. A lei, Jesus Cristo, agora, vive dentro de nós, naqueles que nEle creem. São leis escritas não em tábuas de pedra, mas sim no coração quebrantado daquele que recebeu o Senhor Jesus Cristo na sua vida.

Quero dizer-lhes que o único, Jesus Cristo, que poderia julgar e condenar não o fez, conforme João 12:47. Não cabe nos apresentar como juízes, com poder de julgar e condenar os atos  e pessoas, Lucas 6:41. Não temos as mínimas condições para isso, além de que não são nossas atribuições. Como disse antes, fácil é julgar e condenar os outros, até com uma certa satisfação de poder sobre essas vidas, dizendo:

"Você agora não pode mais casar, está escrito, pois divorciou-se sem que houvesse adultério"; ou:
"Você agora pode casar, pois foi a vítima."; ou: 
"Você não pode mais frequentar a congregação, pois está em pecado!."; ou:
"Para esse agora não há mais perdão."; ou: 
"Esse não tem mais jeito, está perdido!"; ou: 
"O casamento fracassado deles tem que persistir, pois Deus tem propósitos para a vida deles, além disso se eles se divorciarem quebrarão a aliança e a lei."; ou:
"É necessário que passem por essa provação para obterem as bençãos." e coisas semelhantes.

Não pense que defendo o divórcio (defendo as famílias), a continuidade do pecado (deve haver reconhecimento, perdão e abandono do pecado), ou abandono dos propósitos de Deus (os verdadeiros propósitos de Deus o Espírito Santo revela). O que estou dizendo é que julgamos e condenamos as pessoas como se fossemos Deus, como se soubéssemos de todas as coisas. Coloco-me em cheque também, ao escrever esse artigo.

Pretensiosos e arrogantes, disfarçadamente, saímos por aí, decretando o que pensamos na vida dos outros, como se tivéssemos legalidade para isso. Outros ainda profetizam falsamente na vida das pessoas, para serem reconhecidos como profetas. Quando fazemos essas coisas causamos todo o tipo de estrago e maldição na vida do próximo, que fica com sua vida travada, impedindo os verdadeiros propósitos e bençãos de Deus. Inacreditavelmente essas coisas acontecem mais do que pensamos e isto é considerado normal. Dessa forma, vemos que ainda estamos muito longe da postura e do caráter de Jesus Cristo. O Espírito Santo de Deus é o suficiente para dar todo entendimento e revelação aos que creem em Cristo Jesus. Há liberdade em Cristo Jesus. Somente Deus julgará, não o homem imperfeito e todos são imperfeitos.

Por fim, é necessário que saibamos discernir as diferenças entre julgar e oposição aos "outros evangelhos" pregados por aí e seus falsos mestres. Devemos estar sempre alertas para nos proteger desses "outros evangelhos" e de seus falsos mestres e nos opor veementemente às sutilezas de seus ensinamentos enganosos.

Devemos ser perseverantes na fé, ter Jesus, eternamente, nos nossos corações e as demais coisas, Deus sempre acrescentará, Mateus 6:31-33.

Fiquemos todos na Paz, que excede todo o entendimento, 
do Nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré.

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